A principal medida adotada para combater a disseminação do coronavírus é o isolamento social. Mas, com ele, um problema muito mais comum do que imaginamos tem ganhado outras proporções: a violência contra a mulher. Isso porque o isolamento dificulta as chances de fuga e inibe as denúncias destas mulheres em situação de violência.
Ainda em março, a ONU Mulher divulgou um documento alertando sobre os impactos da COVID-19 para as mulheres, no qual fala que “Em um contexto de emergência, aumentam os riscos de violência contra as mulheres e meninas, especialmente a violência doméstica, aumentam devido ao crescimento das tensões em casa e também o isolamento das mulheres. As sobreviventes da violência podem enfrentar obstáculos adicionais para fugir de situações violentas ou acessar ordens de proteção que salvam vidas e/ou serviços essenciais devido a fatores como restrições ao movimento de quarentena”.
Segundo dados informativos do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, 90% dos casos de violência contra mulheres acontece onde as vítimas vivem. Para muitas mulheres e meninas, a maior ameaça está precisamente naquele que deveria ser o mais seguro dos lugares: as suas próprias casas. Em São Paulo, há dados de que o número de mulheres assassinadas em casa dobrou desde o início do isolamento em relação ao mesmo período do ano passado. Tribunais do Brasil inteiro registram aumento nos casos de agressão contra mulheres e feminicídio em meio a confinamento devido a pandemia. Esse cenário também é visto em outros países, como França e Estados Unidos.
Mais do que nunca, devemos divulgar os números dos canais de denúncia, além de fazer a nossa parte denunciando, no caso de saber de alguma situação de violência.
Juntas, nos protegemos!
Serviços emergenciais em funcionamento
Apesar das medidas de isolamento, o Judiciário e os serviços emergenciais de atendimento a mulheres vítimas de violência estão funcionando em todo o país, segundo o CNJ.
Para acionar as autoridades responsáveis, utilize os números:
- 180 – Para denunciar violência contra mulheres
A Central de Atendimento à Mulher 180 está disponível 24 horas. Além de fazer denúncias, é possível pedir orientação jurídica e solicitar encaminhamento para as redes de enfrentamento à violência e de apoio à mulher.
- 190 – Polícia, se ouvir gritos ou brigas
- 192 – Para emergências médicas
- 100 – Para denunciar casos que envolvam crianças ou idosos
Conte com a TPM para te proteger nos seus trajetos!